sábado, 14 de fevereiro de 2009

Por que "Pó e poesia"?


Ontem descobri que não sou nada.
Ninguém me disse, as coisas disseram.
Se tenho dinheiro, pagam meu jantar,
se sou convidada, tenho que escolher entre 1000 convites,
se estou bonita, exageram.
Nesta noite longa que vivo, nem sequer tenho um par,
nem sequer minha música predileta toca.
Fico feia e é porque estou perdida e sózinha,
não me dão nem um copo de água para molhar a língua sôfrega.
Não existirão cinzas necessárias para a fênix renascer.
Se tive maus amigos, foi porque os mereci,
se não tenho irmãos foi porque os matei.
Andei sem rumo e amadureci sem estrada.
Hoje quero que alguém me traga o sol, sem filtro solar,
quero que tracem meu destino, não precisa nem ser meu amigo,
nem mesmo gostar de mim. Só preciso de alguém que não deseje minha morte,
já será muita coisa.
" Sei que merecia ser feliz, se feliz tem merecer..."

Todos viraremos pó, as pessoas bonitas ou feias, dentro do padrão ou fora,
as pessoa más e as boazinhas, as louras e as bundudas...
Todas virarão pó.
Mas, e a poesia?
Não meus caros, essas não perecem.
Qual criança, pelo menos com certa base de família e escolar,
nunca ouviu falar em Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Gilcéa Trindade ( brincadeirinha)?...
Qual casamento não precisa de palavras justificantes ou justificadas.
Que cerimonial bacana, ou mesmo chatinho, não lançou mão do recurso literário?
Ás vezes são inócuas palavras,
as vezes só se perdem no vento, as vezes não sensibilizam geral.
Mas muitas vezes já vi muito malandro, lendo um poema e ouvindo um sax do BB King,
chorando igual criança recém-nascida com cólica.
É meus ilustres!
Dirão não! O que se precisa é trabalhar! produzir!
aumentar os números...
" Meu filho se formará, médico, advogado, contador,
economista etc..."

Mas naquela HORA, na hora do encerramento da formatura, citarão poetas ou filósofos, esse inúteis.
Hoje descobri que não sou nada.
Mas descobri que a poeta não morreu.
A executiva bem ( mau ) paga morreu.
Mas a poeta está fazendo 37 anos de carreira.
( Aos 11 anos de idade já tinha 100 poesias escritas)
Não houve festa nem aposentadoria, não recebi FGTS nem auxílio desemprego,
mas acho que estou ganhando a liberdade para exercer essa profissão de fé.
Ainda citarei poetas e poesias, mas por hoje e sendo esse um lançamento, não cansarei os corajosos que estiverem visitando esse blog.
" Pessoas são parecidas com gestos, que se perdem em um vento forte, parecidas com a meia estação, inconstante e hospitaleira, parecidas com sonhos distantes prontos a renovarem sua fé." gilcéa.
Muita paz e calma.

2 comentários:

  1. tira esse bêbada aí... mas, deixa o resto. adorei o "executiva bem mau paga". bjos

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  2. QUE SERIA DE NOSSAS VIDAS SEM POESIA , VERSOS E RIMAS ...

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Bêbada

Amo ficar bêbada, de leve... Desentendida desse mundo, ficar aérea e descompreendida Até amo ser feita de descontinuidade e Desconfiança,...