terça-feira, 16 de julho de 2013

Lua Minguante



Às vezes as perguntas insistem e resistem no profundo do meu estômago, a despeito de quaisquer sais de fruta ou digestivos que possa ingerir gorfam e borbulham boca a fora envergonhando meu ser cimentado de otimismo e da aparência que adora sorrir.

Será que devo amargurar e dependurar de vez e definitivamente os farrapos no varal em frente do meu quintal tão bonito, expondo mesmo as mazelas desse meio século de desacertos vividos?

Será que devo mesmo virar os lábios em ricto formando uma lua minguante de cabeça pra baixo e assim de vez escancarar a visão da decepção e do cansaço contemporâneo?

Será que devo exumar a adolescente que exalava um certo retardo mental, de tanto que brincava e gozava os segundos e os minutos constituintes de cada hora?




Ou devo assumir a meia idade, às vésperas do finalzinho da descida da montanha, muito depois de ter passado o tempo do arco-íris?

Será que devo arriscar ser caçada pelos habitantes da nova era, que me infligem e ridicularizam ainda mais meu jeito de Peter Pan de saias, será que aguento mais uns 10 anos resistindo a maturidade da terceira idade?

E se me recusar a ser infeliz mediante as tamanhas admoestações e defenestrações já vividas e que deixaram tentáculos a emaranhar o cinza do meu cérebro vez em quando?

Será que vou resistir às armadilhas dos olhares dos homens de preto, ao cismar em dançar do lado de fora do meu portão?

Não dou conta das questões.

Verdadeiramente necessito da sua ajuda!

Ou será que não preciso de porra nenhuma e ultrapassei a medida da razão e não necessito mais da tua autorização?

Ser maluca é ser contrária a todas as regras estabelecidas e gostar daqueles que me fazem sorrir diante das poças repletas de lama e fezes?

Verifiquei que as cores amarela e azul contem ácido e sufocam e contagiam seus respirantes, só posso dizer que tenham cuidado!

Tenho o direito de continuar vivendo do jeito que sei, posso cantar alto, batucar e correr com risco de cair?

Até onde meu incômodo te corrói?


 

Hoje tenho apenas uma certeza, se for para mudar, prefiro entregar os pontos e cair 10 andares para não ter que entregar minha carteira de identidade para os seres hipócritas de paletó e gravata.


Acho que nunca realizarei alguns sonhos.

Precisamente posso afirmar que dentro do meu próprio mundo consegui visualizar lugares que meus pés não pisaram, conheço de cor esquinas que desejei ter dobrado e amei verdadeiramente as melhores pessoas existentes neste mundo.

É clichê repetir que só sei que nada sei? Então é isso!



gilzinha


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