domingo, 29 de janeiro de 2012

Romance Rural

João braço forte, campo seu lar. Sorriso franco, peito aberto, sem rancores. João homem de luta, é mais um brasileiro. Sofre e cai de cara, levanta e mostra os dentes, os calos, sem mágoas, sem dores. João homem rural. Sei ideal um barco... Seu desejo o mar. Um dia sair a navegar por entre esse mundaréu de águas. Ao seu lado a garrafa de pinga, que ninguém é de ferro. A companheira Cema, a que luta e mexe os cabelos, um anelzinho de ouro no dedo, presente de João. Cema, mulher cheirosa, cuidosa. Perfume faz em casa. Tudo pra agradar seu amor. Roupas ganha da patroa, e ele nem mesmo percebe ou finge, pra lhe agradar. João homem bom, Cema mulher feliz!
Um dia conhecem José! Iate dourado aporta na orla. Seus dentes encapados, dedos longos de unhas bem feitas. Trabalho duro não viu nunca. Sacrifício desconhecido. José homem moderno da cidade. Seu sonho traçar mulher simplória pra completar coleção. Ao ver João simpatia, homem forte pra lhe ajudar em sua conquista, nasceu na colônia. Lhe inspirava inveja, era tão bronzeado e forte, não tinha seu próprio ar de enfado, na verdade João possuía nos olhos um brilho, como se pudesse vislumbrar todo um horizonte de possibilidades e de conquistas, José não entendia... Seria mais velho do que ele próprio? Talvez não, seus traços e rugas nos olhos eram resultados de uma vida de sacrifícios e batalha, ao contrário de suas próprias marcas, acentuada pos seus vícios e vida desregrada. Tinha era um trejeito jovial, e um afago para com todos que lhe cruzassem o caminho. Esse era João. Aquele era José! João era confiante de que ninguém era mal, aceitara a amizade de José. Não consegue visualizar alguém que possa empanar sua chance de alcançar seu sonho, de ser feliz com a vida simples que escolhera. João e José frutos de um contexto maior, Brasil. Inseridos em um mesmo contexto menor local. Ao conhecer Cema, Surge em José o desejo de obtê-la,a qualquer preço, de qualquer modo, acima de qualquer circustância, passando por cima de vidas para obter vidas. Cema criança risonha, sem maldades, quer conhecer barco dourado que só conhecera em sonhos e fotos. Que mal haveria? Não era a vida que sonhava junto com seu homem? Cema por que sorria tanto? Por que o mundo ainda não lhe mostrara sua outra face, seu outro lado. Por que afinal só aprendera sorrisos e labor, sobre João, nunca maldade, luxo e luxúria, sobre José? José era só um rapaz! Mas são cruéis os rapazes? João por que nunca lhe parecera cruel então? Por que não aprendera a ser precavida? O barco novamente aporta, não traz mais uma mulher feliz, nem traz um homem mais feliz! João sempre fora o braço forte, acolhe Cema. Cema traumatizada, vai melhorar com o tempo. José leva um gosto estranho em sua boca. E esse romance termina assim, assim como os romances terminam de um jeito ou de outro. Sem guerras nem disputas, onde ganham os vencedores e se perdem os perdedores, assim como se deve ser. Apesar de tudo instala-se no coração de alguns a esperança de que tudo melhore. Passam-se alguns anos e João ainda sonha com seu barco. E Cema ainda faz sua água de cheiro. E sonham em saírem juntos pelo mundo. Em um barco, não o de José, o qual souberam há tempos havia afundado como sua própria alma há muito tempo já havia afundado.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Chora Poesia!

Chora poesia! São tão poucos os que te propalam. São finitos os que te amam, e que de ti falam. A maresia faz de ti só. Oh, doce compnheira do dia! Não vás virar pó nem poeira... Que eu não deixo poesia. Não vás ficar esquecida, em gavetas em masmorras. Vais sempre ser querida pelos esquecidos, como eu jogados feito piorras!
Choras escondes teu vulto Entende e não responde a esse insulto! És da maior compostura. Não escondes tua altura! A voz não te abala, O silêncio da máquina não te cala! Poesia tu serás amada, mesmo que sejas aviltada! A tristeza que em teu peito se armazena, podem te fazer parecer pequena. Mas a ti só dá motivos Pra mostrar teus versos vivos... Que faz explodir teus poemas Nos mais variados temas!
Sorria poesia porque tu és muito. És mais, melhor, maravilha! E tua existência fica na entranha na alma de quem teu caminho trilha Vês poesia! Já sorris... Esqueces com bondade daqueles insultos vis! Das palavras com maldade. És tudo e tens altivez. É as coisa mais bonita. E aos que te abalam veem tua tez, E admitem que és infinita!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

DOR

Hoje não vou escrever sobre nada.
Vou escrever sobre tudo e sobretudo sobre o que me mata.
Vivenciar o sofrimento humando é barra pesada,
e nem venha me dizer que essa ou aquela dor é sem sentido é bobagem.
Toda dor dói! A dor dos que não tem plano de saúde,
e que em sua maioria morre até por doenças tratáveis e preveníveis.
A dor dos moradores de fila do SUS,
e dos que vivem de vender lugares pra quem é tão doente
que não podem dormir na fila pra conseguir uma consultazinha, ou um examezinho!
A dor dos que têm que se mudar de suas casas,
ou porque não têm casas e precisam desocupar o imóvel a pedido do proprietário,
dos que têm casa em lugar temerário, perigoso, barrancoso.
Dos que não podem mais pagar aluguel e têm que morar na casa dos parentes,
a dor dos que têm que morar debaixo da ponte porque não têm parentes.
A dor dos que foram arrancados de sua casa, porque essa era em local invadido.
A dor de quem vê sua casa incendiar-se!
A dor! A dor dos que sofrem por amor!
Ah essa dor! Essa dor é a mais teimosa, porque o protagonista na verdade alimenta-se dessa dor!
Essa dor é querida, necessária, essa dor é o resto permanente de quem se foi, é a migalha do corpo quente, desejado, esperado!
A dor do amor é a mais doce e quente de todas as dores!  
"Não quero a cura quero é o dono da doença"
Minha língua resseca, meus cabelos são arrancados, meus braços se contraem, meus olhos buscam, minhas pernas quedam, minha alma grita!
Essa dor é aquela minha doce companheira das madrugadas, e me faz companhia e me é fiel!
A dor dos velhos e suas desesperanças, não suscitam em mim qualquer complacência! A dor dos desabrigados a mim não diz respeito! A dor dos doloridos, que os curem as panacéias! Não sou médico, não sou asilo, não sou a Igreja, nem sou o Estado! Que os ajudem os órgãos competentes! Hoje o que destaco é a minha dor! Dor por esse fujão, que a mim parece estar etéreo e distante, mas está right next the door! Dor sem essa criatura que com garras de aço feriu em valas os músculos da minha existência. Essa dor é a pior! Faz com que meu tempo que ainda é curto aqui na terra, pareçam 1000 anos de cansaço e extermínio. Extermínio do meu ser! Se sou bonita, jovem, admirada. Se estou bem situada na sociedade em que me insiro, se estou acima da média em se tratando de maturidade e inteligência, então por que? Por que, não esquecer esse ser vil! Essa dor pra mim hoje é a vencedora! Merecedora do Oscar da intensidade e usurpação!
Então não quero mais ler nem falar sobre a dor de ninguém, porque todas essas outras têm resposta nos livros, a minha não tem. A minha dor é a dor do romance!
A dor do te quero e você não está!
Amanhã quero te ver, e sei que vou sorrir pra você de novo!
Porque te ver pra mim á a resposta pra minha dor!
Quero que você doa em mim!







Fix You ( Coldplay )

 When you try your best, but you don't succeed,
 When you get what you want, but not what you need,
 When you feel so tired, but you can't sleep
 Stuck in reverse 
And the tears come streaming down your face
 When you lose something you can't replace
 When you love someone, but it goes to waste 
Could it be worse?
 Lights will guide you home 
And ignite your bones
 And I will try, to fix you 
And high up above or down below
 When you're too in love to let it go
 But if you never try, you'll never know 
Just what you're worth. 
Lights will guide you home 
And ignite your bones
 And I will try, to fix you.
 Tears stream down your face,
 When you lose something you cannot replace 
Tears stream down your face And I... 
Tears stream down your face 
I promise you I will learn from my mistakes
 Tears stream down your face And I...
 Lights will guide you home
 And ignite your bones
 I will try to fix you...

sábado, 21 de janeiro de 2012

Impactos na Subjetividade



Um relato triste e grato para essa eterna acadêmica, que muito mais (sempre) se baseou em sua percepçãoe básica de vida familiar.

Que por muito tempo encontrou apoio além de suas idéias mais fugidias e encontrava eco em suas perspectivas e percepções nas décadas de 70 e 80 na irmã que era uma Graça em um ambiente político/militar sem graça!
Que se ambientou entre os gritos de "Diretas já!", queda da Ditadura, Abertura, Anistia e viveu no meio dessa história, respirando e lutando in loco.



Que após essa ilustração gostaria apenas de dissertar sobre algum tema leve, mostrando a evolução das coisas e do tempo, contar experiências vividas nesse modêlo Tecnoburocrático, o que ele fez e pode continuar fazendo em relação à qualidadde de (da) vida e saúde mental de cidadãos inseridos em um contexto hierárquico e social, e que devem comportar-se conforme o esperado, sob a pecha de ser tratado como insano, insubordinado e incorrigível, se não respeitar as normas e condutas, preterindo a si mesmo em prol da Organização maior, da Comunidade, família, vizinhos e descendentes.



Onde não deve falar quando não solicitado, onde calar na maioria das vezes mesmo sendo um sinal de fracasso, é o mais inteligente, contendo cada vez mais seus gestos e sua emoção.
Não tem muito tempo, e faz muito tempo.
Já tem 20 anos, e não tem nem 2 anos.
Sofri por ter opinião própria e não saber a hora de calar, por não aceitar o estabelecido quando não me satisfazia como melhor opção, mesmo já sendo um modelo utilizado.
Não concordei com o chefe só porque ele era o chefe, já valorizei o operário e ouvi suas opiniões.
Soube a 20 anos e a 2 meses, que ao se misturar com profissionais aquém, pessoas aquém, (pessoas mais baratas, trabalhadores mais baratos) supondo-se ser melhor manter um distanciamento prático, para não se manchar, não decair.
Vi o sofrimento de muitos iguais a mim, por pressão psicológica, que vinha não necessáriamente do exterior, mas inside themselves.




Hoje é normal se aceitar nas salas de atendimento psiquiátrico, onde tambem procurei um modelo de (SER) ser humano melhor, pra aplicar em mim mesmo, que pudesse mudar meu modo de ser, onde quis buscar remédio que pudesse curar a vontade de falar e de dar opinião na tentativa de ajudar alguém ou algo a ser melhor.
Sou santa? Claro que não! Talvez revolucionária, e como tal fui tratada. Era uma operária e não aceitava subordinados nem chefes.
Então a custa de dor rasgada, compreendi que não se muda a essência, que não se dissocia o ser humano do ser pensante, nem do ser produtivo, que poderia lapidar a rudeza, que poderia aprender a melhorar a forma de expressão, aprender a calar para depois ter mais tempo para falar e falar com convicção fria, e em tom baixo, para com isso ajudar a melhorar a comunicação entre as pessoas.
Fui odiada ardentemente, por pessoas que eram amorfas e frias! Consegui fazer que congeladores se extenuassem.



Ainda falta bastante, na verdade nem falta mais nada, porque não vou mais mudar!
Aprendi ser possível superar o modelo burocrático da existência, ganhar pela competência e capacidade de demonstrar a própria fragilidade e sensibilidade, somar esfôrço para alcançar metas sem desumanizar-se, inserir-se no contexto humano-psicossocial, mas isso tudo OUT-OFF!
Ejetada do sistema, vomitada do mecanismo capitalista!
Obrigada à Máquina que me operou sem cirurgia, me forjou em ferro quente, me arrancou o couro, mas deixou a língua!

Amanhã vai ser outro dia...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Sei lá, você sabe?!


Caramba, já e janeiro de 2012!
Nem sei se vale a pena conjecturar sobre a velocidade do tempo
Muito menos se devemos ainda nos perguntar sobre os porquês da existência



Sabemos perfeitamente que estamos em busca de um que de impossível nas respostas
Entendemos claramente que todos temos desejos e sonhos e que a porcentagem de realização para a maioria é mínima


Se pensarmos friamente no quê dos porquês, nas infelicidades do mundo e nas mazelas da existência dos seres humanos de maneira geral, veja não estamos falando só dos homens, mas também dos cachorros e animais vivos em geral, acho que nós a maioria sã, pediria pra se colocar fora, saltar do trem, parar o relógio, saltar no vácuo!
Então o que nos mantém mais ou menos normal (!)?

É o espiritual?


As belezas existentes? A lógica do dia dia, após cada amanhecer chuvoso ou ensolarado??
É possivel se estabelecer diante das injustiças do Trabalho, Civil, Criminal??
Revoltar-se!
É a resposta?





Se achegar ao Che Guevara ou a Ghandi??
Ver no espelho a imagem do Martin Luther ou do Barack?
Se colocar no terno e procurar a burocracia, ou enchinelar-se e ir pra praia viver de areia??
O que nos trará a felicidade hoje??
Bem amanhã é outro dia......

YOUTH ( JUVENTUDE)

  A juventude é passageira dizem alguns.  Os jovens não sabem aproveitar a juventude, dizem outros. As duas opiniões são verdadeiras de algu...