Quantas vezes nos pegamos dizendo: Estou no Limbo!
Querendo
dizer que estamos em um grande vácuo, sem perspectivas, sem que ninguém esteja lembrando-se
de nós.
Estamos de
castigo!
Em uma situação
de quase sem saída, quase perdidos, quase apenas com a cabeça do lado de fora?
Por motivos
às vezes fúteis nos pegamos exagerando a situação, que pode levar alguns dias
ou semanas, mas sempre existirá uma saída enquanto tivermos vida e saúde.
Na verdade
contrariando meus próprios momentos de torpor e desânimo, muitas vezes exagero
nas lamúrias e lágrimas. Porque assim me sinto mais demonstradora do meu estado
de espírito e valorizo mais ainda meu sofrer!
Porque sim, “
hello?!” Todo mundo sofre!
Por um amor
perdido, saudades de alguém em outro “estado”, por uma espera demasiada de algo
que necessitamos, por algum processo de antagonismo ao que nos traz alegria.
Então
sofremos, e perdemos tempo chorando e chocando uns dias de desespero e luto!
Então
fazemos essa analogia!
Dessa
maneira classificamos o estar vivendo um “limbo”
Limbo é a
ausência de estar alegre!
É o não
estar empregado no cargo que desejei.
Não estar ao
lado de toda a minha família grande no Dias das mães!
É sentir
falta de minha irmã e meu pai, de uma tia que era muito boazinha e da minha
vózinha que faleceu, porque todos somos obrigados a.
Aí usaremos
sim esse termo, porque o “limbo” é
fazer algo diferente do movimento que queríamos estar fazendo e traz pra dentro
de nós um grande vazio.
Vazio é um
limbo!
A decadência
dos meus sonhos e a falta do encontro da minha fé!
“Estou no
limbo”
E nesse
vazio a gente se embrenha e exagera o tempo que levaríamos para tentar a
mudança perdendo nesse vácuo, e ficamos hermeticamente imóveis dentro dessa
bolha de nada!
Na verdade a
explicação da palavra “Limbo” na Igreja Católica Apostólica Romana é: "um
lugar fora dos limites do Céu, onde se vive a plena felicidade natural, mas
privado da visão beatífica de Deus" e, por isso, da felicidade suprema
e eterna. Wikipédia.com.br
Esse lugar
na verdade teria sido criado por Deus, na sua infinita bondade, para receber os bebês
que morriam prematuramente, ou criaturas que morriam sem conhecer Sua palavra,
sem ter chance de ser batizada e viver
dentro de seus preceitos e receberem a vida eterna, na presença Divina!
Então esse
não seria um lugar de tristezas e vazio e escuridão, seria na verdade um lugar
preparado para receber os que não tiveram a chance de serem purificados, a sua grande ausência seria o amor de Deus!
Um lugar
natural e habitável pelas almas que mesmo assim não podem conhecer o que é
viver sob a Luz do Criador!
Então nós
que não estudamos Teologia, nem nada que nos esclareça exatamente o que é “Limbo”
nem quando resolveram tratara de sua existência, sentenciamos que estar na
ausência e sob a Luz do Criador, é estar sem saída e flutuando em um enorme “Nada”!
Vamos então
tentar através de estudos e documentos, transcrever o que é o nosso objeto de
entendimento!
Para o Catolicismo
o Limbo seria um lugar destinado às almas inocentes que sem carregarem em seus
alfordes nenhum pecado mortal, ficariam isolados sem a presença de Deus, pois
seus pecados originais não foram submetidos à remissão através do batismo.
Ex: as
crianças não batizadas e as almas justas que existiram na terra antes da
presença de Jesus Cristo.
O Limbo
não deve ser confundido com o estado de purificação do Purgatório
que seguiria o juízo particular e antecederia o
ingresso das almas na beatitude celeste. “No Limbo, não haveria penas nem
purificação a serem realizadas” Fonte:
wikipédia
- Foi chamado de Limbo dos Patriarcas ( em latim, "limbus patrum") um lugar provisório para onde
iriam os justos do Antigo Testamento, que crendo no Messias, ainda com a
marca de seu pecado original, fizeram a
devida contrição.
", porque a "missão
salvífica" de Jesus ainda não foi realizada na Terra. Neste limbo, chamado
também de Sheol (ou Hades ou o Seio de Abraão), os
justos que o habitam "aguardavam [...] o momento de serem levados à
presença de Deus, pela redenção completa operada pelo Cristo" através
da sua morte na cruz. ( Fonte wikipédia)
Após sua
morte redentora,
Jesus Cristo, o Messias, “ desceu à Mansão dos mortos, ou seja o limbo dos patriarcas
para conceder essas almas “os benefícios de seu sacrifício expiatório: “ estas
almas foram, então, alcançadas pelo sangue do Cordeiro (Romanos
3.25)"
alcançando portanto a Salvação, sendo transportadas para o Céu, desfazendo
então o limbo dos Patriarcas. ( Fonte Wikipédia)
Abraão apresentando
pequenas figuras das almas num manto,
que
representa seu “seio”, com anjos como figuras adicionais.
"O
Limbo infantil ( em latim, "limbus puerorum"), ao
contrário do Limbo dos patriarcas, não constitui dogma, nem uma verdade de fé",
tratando-se de uma simples constatação teológica.
"A
doutrina tradicional do Limbo infantil ensina que as crianças que morrem sem o batismo,
vivem eternamente neste lugar ou estado, sem penas pessoais, mas privadas da visão beatífica de
Deus"
Mais recentemente, “a Igreja Católica adota
uma linha doutrinária distinta em face da tradicional crença na existência de
um limbo infantil", porque acredita que "Deus
tem meios invisíveis, não comunicados aos homens, para salvar todas as
crianças, mesmo as que morrem sem o batismo" ( Fonte wikipedia)
História e Atualidade
Santo Agostinho de Hipona teorizou que
devido ao pecado original, os recém-nascidos, que morrem sem ser batizados
serão envolvidos na mais branda condenação de todas, no entanto, não poderiam
ser realmente elevados ao paraíso por ainda carregarem o pecado primário de
Adão, conforme o apóstolo Paulo de Tarso diz: "porque o juízo veio, na
verdade, de uma só ofensa para condenação" (Romanos 5:16), e novamente um
pouco depois: "Pois assim (...) por uma só ofensa veio o juízo sobre
todos os homens para condenação" (Romanos 5:18). Um Concílio de bispos da África do Norte, que
incluiu Agostinho de Hipona, reunido em Cartago em 418 não professou
explicitamente a favor da visão de Agostinho sobre o destino das crianças que
morrem sem batismo, mas os Padres
latinos dos séculos V e VI adotaram sua posição, o que se tornou um
ponto de referência para os teólogos latinos na Idade
Média.(Fonte:Wikipedia)
O Papa Bento XVI, recentemente em 2005,
convocou cerca de 30 teólogos para que fosse feita um estudo revisional a fim de reconceituar o conceito de “limbo” na
Teologia Católica.
Em abril de 2007 a Comissão Teológica Internacional que reporta à Congregação para a Doutrina da Fé, constitui um documento, que mais
tarde foi confirmada pelo Papa, que
afirma que o limbo infantil não passa de mera hipótese e que nunca fora Dogma,
e que Deus na sua infinita misericórdia, não privaria as almas que não tiveram
cometidos pecados graves, a chance de irem para o Céu, mesmo sem terem sido batizadas!
No Protestantismo assim como em outras denominações religiosas conhecidas como evangélicas, este conceito não existe, pois embora para algumas delas as crianças sejam consideradas puras e vão diretas para o Céu, para outras, que acreditam em predestinação absoluta: “as crianças escolhidas por Deus para a salvação vão para o céu e as preparadas para a destruição vão para o inferno. Em algumas denominações evangélicas, o batismo é permitido somente para pessoas que já têm condições de abdicar, conscientemente, de viver em pecado, e aceitam que seus pecados foram pagos por Jesus Cristo.” ( Fonte: Wikipedia)
Referências
↑ On Merit and the Forgiveness
of Sins, and the Baptism of Infants, ; cf. Study by
International Theological Commission, 19 January
2007, 15–18
Sites interessantes:
- http://www.artigos.com/artigos/humanas/religiao/o-que-e-o-limbo?-19789/artigo/
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A Divina Comédia ( Canto IV)
Limbo (Círculo 1) - Castelo dos iluminados
Acordei
ao som de um trovão, já nas bordas abissais do fosso infernal, onde ecoam
gritos infinitos. Tão escuro e nebuloso era que, por mais que eu tentasse
forçar a vista ao fundo, não conseguia discernir coisa alguma.
-
Desçamos ao mundo onde nada se vê. - disse Virgílio - Eu irei na frente e tu me
seguirás. - e fez uma indicação para que eu o seguisse. Ele estava com uma
aparência muito pálida, e por isso me assustei, hesitando por um instante.
- Como
queres que eu te siga tranqüilo, se estás com medo? - perguntei.
- Não é
medo. - respondeu - A piedade me clareia o rosto, por causa da angustia das
gentes desamparadas que aqui sofrem. Andemos, pois temos ainda um longo caminho
pela frente.
E assim
ele me guiou para o primeiro círculo que rodeia o poço abissal. Naquele lugar
não ouvi sons de lamentação, somente suspiros. Só havia mágoa. Como não lhe
perguntei nada, o poeta resolveu me explicar que espíritos eram aqueles que eu
estava vendo.
- Estes
coitados não pecaram, mas não podem ir para o céu - explicou -, pois não foram
batizados. Estão aqui as crianças não batizadas e aqueles que viveram antes de
Cristo, como eu. Aqui não temos sofrimento, mas também não temos nenhuma
esperança.
Senti
pena dele enquanto falava e imaginei quanta gente de valor deveria estar
suspensa para sempre nesse limbo, e então perguntei-lhe:
- Algum
desses habitantes, por mérito seu ou com a ajuda de outro, pôde algum dia ir
para o céu?
- Eu era
novato neste lugar - respondeu Virgílio -, quando um Rei poderoso aqui desceu.
Ele usava o sinal da vitória na sua coroa. Veio, e nos levou Adão, Noé, Moisés, Abraão, David,
Israel, Raquel e vários
outros que ele escolheu. E deves saber, antes que essas almas fossem levadas,
nenhuma outra alma humana havia alcançado a salvação.
Não
paramos de caminhar enquanto ele falava, mas continuamos pela selva, digo, a
selva de espíritos. Não tínhamos nos afastado muito do ponto onde eu acordei,
quando vi um fogo adiante, um hemisfério de luz que iluminava as trevas. Mesmo
de longe, pude perceber, que aquele lugar era habitado por gente honrosa.
- Ó
mestre que honras a ciência e a arte, quem são esses, privilegiados, que vivem
separados dos outros aqui? - perguntei.
- O nome
honrado que ainda ressoa no teu mundo lá em cima, encontra a graça no céu que o
favorece aqui.
Mal ele
terminara de falar, ouvi um chamado que partiu de um dos vultos iluminados:
-
Saudemos o altíssimo poeta. - gritou a alma - Sua sombra que havia partido já
está de volta!
Depois
que a voz se calou, vi quatro grandes vultos se aproximarem. Os seus rostos não
mostravam tristeza, mas também não mostravam alegria. Virgílio os apresentou:
- Este é Homero, poeta soberano, o outro é Horácio, o satírico, Ovídio é o terceiro e por último, Lucano.
Quando
chegamos até eles, o mestre falou-lhes em particular e depois eles me saudaram,
tratando-me com deferência, incluindo-me como o sexto do seu grupo.
Prosseguimos,
então, os seis, até finalmente chegarmos ao local de onde emanava a luz. Lá se
erguia um nobre castelo de muros altos, cercado por um belo riacho. Sete muros
o cercavam. Nós passamos sobre o riacho como se fosse terra dura, depois, sete
portões atravessamos até chegarmos a um verde prado, onde muitas outras pessoas
conversavam. De lá mudamos para um local aberto, luminoso e alto, onde podíamos
ter uma visão completa de todos. Reconheci várias grandes figuras como Enéas, Heitor e César, Aristóteles, Sócrates e Platão, Orfeu, Heráclito, Tales, Zenão, Ptolomeu e muitos outros. Exaltou-me a possibilidade de
poder encontrar todos esses espíritos, cuja sabedoria enchia de luz aquele
lugar sombrio. Havia mais. Muitos. Tantos eram, que não posso aqui listar
todos.
De todos, no final, restamos só eu e Virgílio, pois nossa
jornada nos impelia adiante. Chegamos, então, a um lugar onde nada mais
reluzia.
Fonte:http://www.stelle.com.br/pt/inferno/canto_4.html-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Limbo
A solidão dos dias contados enlouquece a minha mente
Meu corpo ardente anda a procura do calor
que lher fora negado em vida
O vago e o escuro me fazem companhia
A morte lenta faz do meu sofrimento um martírio maior
O calvário em vida é o doce refrigério da morte
O maravilhoso Sol nascente se transforma todo dia
no breu negro do último dia
Lamentos e murmúrios doentios saem da minha boca
Pra açoitar meus próprios ouvidos
É a morte tardia, o soluço enlouquecido
O despertar pelas mãos magras e ossudas da dor
O nunca mais sorrir
O lento e gelado adeus
É tudo o que restou do teu Adeus!
Gilzinha