Hoje louca por lágrimas que sou, a caminho do Rio, vou de encontro ao bairro que cresci, a Penha. Onde visualizei o azul do meu primeiro amor, onde me entreguei ao verde do meu único amor, onde provavelmente enterrei até a última ilusão.
Hoje desde cedo me afundo em meio a plantação da cannabis imaginária das minhas entranhas sonhadoras, incentivada por meu dindês, filho mais novo derradeiro, pisciano, sonhador enrustido, intelectual até o último fio dos milhões de cachos e que me fez acordar do medo de revisitar esse passado amassado, amado e emaranhado, que aterrorizado estava desde a careca do Peter Frampton, que me jogou de cama por dias... Sim!
Hoje vou abraçar as paredes do meu quarto e de minha irmã, Jacksi, nosso refúgio, bem, nosso e de alguns felizardos que deixávamos entrar, nossos pôsteres, nossos discos e nossos sonhos!!
Nossa pele cheia de vitamina D e colágeno.
Hoje e só hoje, dentro dessa senhora, a menina será a protagonista, a menina do Beto!
Meu coração treme, minhas mãos balançam e meu peito assobia... Peço forças até as 10...Paro antes que esmoreça!