sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Jillkiss-Drieli - "Amelie Poulain" Por que perdi o medo de envelhecer?


Ontem andava a canelas finas
Tentando entender as rugas das paredes
pelas quais arrastava as mãos aos seis anos de idade
Curiosas por perceber as texturas

Ha algumas décadas raciocinou o caminho das nuvens e da estrada
A poeta era porem radical e não admitia alterar seu trajeto.
A vida rudemente solfejou seus trilhos.  E os antônimos do desejo apresentou-se sedutor.

Os trilhos suspensos desse trem bala, velozmente adentrou o matagal
E a sua real intenção era o desvencilhar das ávidas ambições.
O Ludo substitui o lúdico
As veias do pescoço atravessaram e pousaram nas pernas.




A cismar a personagem insiste em entender a administração do tempo que passou.
Da beira do penhasco só tem saída na queda vertiginosa dos cabelos a embranquecer.
Depois de eras a procura então finda?
Vê que não!

Na beleza e sensibilidade da herança das bibliotecas humanas a deixarem seus rastros
Nos jovens loucos que nascem de tempos em tempos.
Sobrevive essa pessoa inconformada
Não tem mais medo da falta de tempo
Porque vê-se com tantas malas vazias pra encher.





Percebe-se então de corpo esbelto e cabelos longos.
Seus olhos clarearam e iluminam uma nova estrada
Vê-se repentinamente ganhando mais tempo
E hoje mal completou 20 anos.

gilzinha



"Impossível compor um poema a essa altura da evolução da humanidade.
Impossível escrever um poema - uma linha que seja - de verdadeira poesia.
O último trovador morreu em 1914.
Tinha um nome de que ninguém se lembra mais.
Há máquinas terrivelmente complicadas para as necessidades mais simples.
Se quer fumar um charuto aperte um botão.
Paletós abotoam-se por eletricidade.
Amor se faz pelo sem-fio.
Não precisa estômago para digestão.
Um sábio declarou a O Jornal que ainda falta
muito para atingirmos um nível razoável de
cultura. Mas até lá, felizmente, estarei morto.
Os homens não melhoram
e matam-se como percevejos.
Os percevejos heróicos renascem.
Inabitável, o mundo é cada vez mais habitado.
E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundo dilúvio.
(Desconfio que escrevi um poema.)"

Carlos Drummond de Andrade



Um comentário:

  1. Como amei essa poesia, ainda estou cheia de amores pelo O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, decidi ver hoje de madrugada, pra distrair os pensamentos e toda a vez que vejo, mas tenho certeza que o meu jeito torto (pra maioria das pessoas) é o certo e ser sonhadora é a melhor coisa da vida. E dane-se quem não se permite tirar os pés do chão e flutuar por aí.
    E como conversamos, sabes que sempre lhe admirei por permitir a si flutuar por aí assim como eu, e admiro mais por não ligar pros outros, sonhar é algo nosso, só nosso.
    Também lhe disse que me vejo muito em ti e tenho certeza que quando eu crescer serei igualzinha a vc: cheia de ideais, de sonhos, de sorrisos, tristeza também, fazer o que? Quem sonha muito, sofre muito, mas acredito que tbm seja feliz, se é que entende.
    Te amo muito, mãezinha e meu futuro eu. Amei demais <3

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